sábado, 5 de julho de 2008

Justiça E Paz Para Todos

Em resposta ao triste acontecimento na capital federal, em que um caseiro violentou, assassinou e enterrou uma jovem dentro da própria casa, o que queremos é justiça e firmeza das autoridades. O indivíduo desequilibrado que cometeu este crime em Brasília já havia sido detido na Bahia - e solto cinco dias depois. O que podemos esperar deste sistema ineficaz?!

Primeiro de tudo: coloquem os presidiários para produzir, trabalhar oito ou mais horas por dia como todos nós fazemos. A prisão não serve de nada se não educa, se não disciplina. Que os presídios se tornem auto-sustentáveis e que a justiça poupe à sociedade o ônus de sustentar aqueles que roubam, estupram e matam. Com um sistema carcerário mais inteligente, além da economia aos cofres públicos, criariam-se perspectivas profissionais, possibilidades de reestruturação e de melhoria das condições de superpopulação das prisões. Menos rebeliões, mais vagas, dinheiro para gerir tudo isto.

Em segundo lugar, fala-se de reforma do Judiciário. Precisamos é da reforma das leis que abrandam as penas. Todos têm pena de menores que nada mais são do que profissionais mirins a serviço de criminosos inescrupulosos que os usam - e sempre os usarão - para tocar seus negócios e não serem pegos. Todos têm pena do assassino que, na prisão, comporta-se bem. E quem tem pena das vítimas?? Até quando a sociedade pagará pela ineficiência do sistema?

Criam-se mecanismos de defesa que apenas mostram o quanto não confiamos e não podemos mesmo esperar por parte do Estado. Alarmes, películas, grades, câmeras, cercas eletrificadas nos mantêm em estado permanente de sítio. Nada é feito para prevenir os crimes. Espera-se que uma tragédia como a da jovem Maria Cláudia aconteça para se discutir o que está errado.

Tudo está errado, meus amigos. Tudo e todos, inclusive nós. Não diria que o problema é a distribuição de renda pois pessoas de bem ajudam quem não tem. O problema é a falta de fiscalização e de punição a quem burla leis. E o problema maior está nas próprias leis, que precisam ser revistas, discutidas pela Sociedade. Conselhos comunitários deveriam ser criados com membros de universidades, associações de moradores, estudantes, profissionais liberais, síndicos etc. Temos que participar mais na discussão de questões que nos dizem respeito.

Inevitável não tocar no assunto em se tratando de leis, perdoem-me o pequeno desvio. O legislativo e o executivo também precisam ser revistos. Que poder é este de legislar sobre as próprias causas? Se eu pudesse votar o meu salário, claro que minha vida seria outra... Pelo amor de deus, cidadãos como eu, vamos nos mobilizar para exigir decoro e modificações nas leis eleitorais, por exemplo. Quem tem antecedentes ou processos na justiça em seu nome não poderia nem se candidatar nem ocupar nenhum cargo público! Não é o que nos exigem em concursos? Outra coisa: para policiais e diplomatas, que, respectivamente, nos representam nas ruas e pelo mundo afora, há duros concursos, cursos de formação e de reciclagem. Por que não exigimos o mesmo dos que nos representam todos os dias no Congresso e nos demais órgãos públicos??

Deixemos a política e voltemos à violência das cidades. Claro que pessoas sem perspectivas de estudo, formação e emprego se desesperam e buscam dinheiro fácil. Apenas o crime oferece isso. Quem poderia dar-lhes o exemplo de retidão e de que o trabalho duro enriquece? E quem poderia dar-lhes o exemplo de que há punição e justiça?? Que o bem compensa?? Os exemplos são poucos. Menores que crescem sem exemplos do bem, do honesto, sem noções de certo e errado têm menos chances de desenvolverem o caráter para o bem.

A cada dia constato - com pesar - que a violência, meus amigos, é também fruto de nossa incapacidade - preguiça? falta de hábito? - de fiscalizar e de exigir eficácia e transparência dos poderes públicos. A violência é também conseqüência da falta de visão empreendedora e criativa do Estado e da falta de decência, de altruísmo e de humanidade de alguns profissionais em desviar verbas...

A tristeza, o medo e a indignação atingem a todos diante de crimes hediondos como o que aconteceu recentemente em Brasília. A análise do problema é sempre muito superficial e simplista. As soluções exigiriam uma reforma muito mais profunda em toda a sociedade e inclusive na administração pública. As vítimas de nossa inércia, indolência, negligência, apatia, preguiça - como queiram chamar - somos nós, ricos ou pobres. Lamentavelmente.

Minha solidariedade à família de Maria Cláudia e a outras tantas famílias que já passaram por situações tristes. Saibam que a revolta e o sentimento de justiça ainda existem - ainda que adormecidos. Aos que gostam de pregar em termos religiosos, que deus ilumine a mente das pessoas para mudar este mundo enquanto é possível. Queremos justiça e firmeza das autoridades e paz e segurança para todos!

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