domingo, 10 de agosto de 2008

Ao falante que não ouve

Encontrei um dia um sujeito falante, aparentemente inteligente, com boas idéias. Depois de uma reunião, à qual chegou atrasado e saiu mais cedo, e durante a qual teceu alguns comentários ácidos contra quem ocupava o posto aspirado e idealizado por ele, percebi que as boas idéias não lhe bastariam. Falta-lhe o principal: senso de coletividade.

A ambição faz do homem um ser egoísta. O mais triste é ver que esse tipo de comportamento é observado com frequência em homens que ocupam cargos públicos e que, por princípio, deveriam pensar no próximo, no coletivo, mais do que em si. Ideologia demais?

Não, não creio. Por que os valores seriam perdidos? Ou será que nunca foram adquiridos? O certo é que muita desgraça e miséria poderia ser amenizada se houvesse realmente rigor na punição de corruptos e valorização de pessoas e posturas éticas.

Cada vez que aceitamos esse tipo de pensamento e de comportamento estamos minando nossas chances de ter um país melhor. Cada vez que pensamos em levar vantagem e achamos isso normal estamos reproduzindo um modelo absurdo e lamentável que está virando regra geral. Essas pequenas ações no dia-a-dia estão na origem da corrupção, pois tornam nosso julgamento e discernimento equivocados.

Ao falante, um recado: não basta discursar. É preciso escutar, olhar em volta, se posicionar de maneira clara e transparente, participando e contribuindo para as discussões diárias para então agir de maneira responsável e ponderada. Só assim pode-se ser digno de integrar e de liderar uma comunidade. Humildade e respeito aos demais membros do grupo também são fundamentais.

Um comentário:

Mwho disse...

Concordo: cuidado com quem não sabe escutar!