sábado, 14 de fevereiro de 2009

Boatos cibernéticos - chequem suas fontes!!!

Recebemos todos os dias e-mails assustadores dizendo para ter cuidado com isso, com aquilo, que isso dá câncer, aquilo causa impotência. Enfim, todo tipo de bobagem que se pode imaginar.

Se a própria ciência ora diz que ovo faz mal, ora se retrata e diz que não é bem assim, devemos analisar qualquer nova informação com olhos de quem está acostumado com novas descobertas que enfraquecem verdades até então absolutas. Mas o tema aqui são os boatos.

Os boateiros da internet, para parecerem mais sérios, chegam a colocar nome, cargo, instituição e até telefones fictícios como fonte da informação.

As mensagens são correntes de alarde, algumas com algum teor verídico mas a maioria sem sustentação científica ou oficial.

Considero falsidade ideológica inventar um nome para validar algo cuja procedência é ao menos duvidosa. Irresponsável.

Amigo(a), pense duas vezes antes de encaminhar essas bobagens a outras pessoas. Além de fazer as pessoas perderem tempo, estamos semeando uma nova forma de mal: o boato cibernético.

A legislação e os controles tecnológicos terão que evoluir muito para conseguir detectar a origem desse mal, de onde saiu o primeiro e-mail. Um dia teremos que punir pessoas mal intencionadas que acabam influenciando mudanças de comportamento e hábitos que podem nem ser saudáveis. Sem contar os que se apropriam de nomes reputados para enviar textos que acharam bonitos, como forma de chamar a atenção e fazer o destinatário ler sua mensagem.

Blogueiros, jornalistas, chequem as fontes!!! Um exemplo abaixo:

NOTA DE ESCLARECIMENTO


Tem sido propagado na Internet um texto sobre CANOLA atribuído à Universidade Federal de Lavras (UFLA) cujo título é: "ÓLEO DE CANOLA – A perfeição humana da canola – A planta que Deus não criou! Por: Luiz Antônio Caldani – Universidade Federal de Lavras MG". Basta uma simples pesquisa em sites de busca, como o Google, por exemplo, com o título ou palavras relacionadas para verificar que ele aparece em vários sites.

A esse respeito, a Universidade Federal de Lavras tem o seguinte a declarar:

1 - Esse texto foi colocado no portal de nosso "Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Bioética" por uma pessoa totalmente estranha a esta Universidade, de nome Luiz Antônio Caldani. O portal foi criado, entre outras, com a finalidade de servir como instrumento interno de debate entre os alunos do curso. Infelizmente, como quase tudo que "cai" na internet, o texto assinado por esta pessoa, já foi postado em diversos sites sempre citando "Extraído do site da Universidade Federal de Lavras – MG – (UFLA)", para ganhar mais credibilidade.

2 - Uma vez que esse texto foi colocado por uma pessoa sem qualquer vínculo profissional com a nossa Universidade, as suas opiniões não refletem a posição da UFLA. Não obstante a liberdade de expressão de nossos alunos em sites de vinculação restrita, e com senha para acesso, este texto mostra claramente o mau uso desta liberdade, uma vez que esta pessoa nem mesmo é aluno do referido curso.

3 - É importante esclarecer que a UFLA sempre se pautou, nos seus 100 anos de existência, com a responsabilidade ética de publicar textos técnicos baseados em pesquisas cientificas, dentro dos mais rígidos princípios da experimentação e, neste caso, nenhum professor desta Instituição pesquisou a canola com tais objetivos.

4 – Depois de uma análise do texto por professores ligados à área foi constatado que o seu conteúdo não apresenta evidências técnicas experimentais, o que anula a sua validade científica. Além do mais, deseduca o leitor e, por ser tendencioso, pode ter sido escrito com finalidades ideológicas não confessadas.

5 – Pelo exposto, a Universidade Federal de Lavras rechaça veementemente texto desta natureza, ainda mais sem fundamentação científica.

Fonte: http://www.posgraduacao.ufla.br/bet/modules.php?name=News&file=article&sid=49




O BOATO PROPAGADO E INCLUSIVE PUBLICADO EM DIVERSOS BLOGS:

Extraído do site da Universidade Federal de Lavras - MG - (UFLA):
http://www.posgraduacao.ufla.br/bet/modules.php?name=News&new_topic=2

(APARENTEMENTE O SUJEITO, QUE NÃO É CONHECIDO NA UNIVERSIDADE, ENTROU NO BLOG DA POS-GRADUAÇÃO DA UFLA E POSTOU SUA TESE, QUE FOI A PARTIR DAÍ ESPALHADA PELA INTERNET)

A canola é mais uma destas histórias atuais, que mostram como a ciência,
afastada do comum das pessoas, se torna cúmplice de atitudes públicas, que
podem ser perigosas para a saúde coletiva.

Em primeiro lugar, é preciso estabelecer a seguinte questão: o que é
canola, que, afinal, nem consta nas enciclopédias (Comptons e Encarta de 96)?
Vejam só: Canola é novo nome de um 'tipo' de Colza.
Colza é uma planta da família das brássicas - Brassica campestris.
Portanto a colza é um 'tipo' de mostarda que foi ou é a mesma planta
utilizada para a produção do agente mostarda, gás letal usado de forma
terrível nas Guerras Mundiais.

O óleo de colza é muito utilizado como substrato de óleos lubrificantes,
sabões e combustíveis, sendo considerado venenoso para coisas vivas: ótimo
repelente (bem diluído) de pragas em jardins. Este poder tóxico é
proporcionado pela alta quantidade de ácido erúcico contido no óleo. O
óleo de colza tem sido usado de forma alimentar no Extremo Oriente, na
forma não refinada, e contrabalançada com uma dieta rica em gordura
saturada, o que evitaria seus graves efeitos tóxicos.

No entanto, no ocidente, o objetivo era produzir um óleo com pouca gordura
poliinsaturada, e boa quantia de ácido oléico e ômega-3. O óleo de oliva
tem estes predicados, mas sua produção em larga escala é
dispendiosa.

Aí entram em cena empresas de 'ótimas intenções', como a Monsanto, e
produz uma variação transgênica da colza. Para evitar problemas de
marketing, usa o nome CAN - OLA (Canadian low oil - ou óleo canadense).
Isto mesmo: CANOLA é absolutamente transgênica. Sua comparação aos
benefícios do óleo de oliva não passa de uma estratégia de venda: o óleo
de oliva é bem mais caro, mas o de canola é mais caro do que os outros
óleos, apesar de ser de produção baratíssima! Bom negócio, enfim. Bem, se
você não queria usar transgênicos sem seu expresso
consentimento, mas já usou o óleo de canola, talvez até aconselhado pelo
seu cardiologista ou nutricionista, fazer o quê?

Perdemos o direito desta opção quando nos foi retirada toda a
informação. Mas se é tão bom assim como se diz, porque não informar tudo a
respeito?

O óleo de canola está longe de ser tão salutar assim como se alardeia. Se
observarem bem, pode deixar um cheiro rançoso nas roupas, pois é
facilmente oxidado, e seu processo de refinamento produz as
famigeradas gorduras trans (igual problema das margarinas) relacionadas às
graves doenças incluindo o câncer. Produz déficit de vitamina E que é um
antioxidante natural. Observem que os alimentos feitos com canola
embolaram mais rapidamente.

As pequenas quantidades de ácido erúcico, que ainda persistem na planta
alterada (transgênica), continuam sendo tóxicas para o consumo humano, e
esta ação tóxica é cumulativa. Existem relatos de inúmeras outras
enfermidades ligadas à ingestão e até mesmo a inspiração de vapores de
canola (possível vínculo com câncer de pulmão). A canola também ilustra um
jeito de funcionar das megas empresas de biotecnologia.

Em abril de 2002, nos Estados Unidos, o CFS (Centro de Segurança
Alimentar) e o GEFA (Alerta de Alimentos Geneticamente Produzidos) pediram
uma investigação criminal contra a Monsanto e a Aventis mais o
Departamento Americano de Agricultura, que haviam permitido o ingresso
ilegal de sementes de colza modificada para dentro do território
americano antes da aprovação legal desta importação para produção local.

Aqui no Brasil e lá nos EEUU tudo funciona meio parecido. A própria
liberação da canola no território americano contou com estímulo de US$ 50
milhões do governo Canadense para que o FDA (órgão regulador)
facilitasse seu ingresso na indústria alimentar de lá, mesmo sem os
adequados estudos de segurança em humanos.

Enfim, novamente nos defrontamos com uma situação em que a mão do homem
subverte o bom senso entre ciência e saúde, ao que parece porque os
interesses econômicos são muito mais persuasivos que os interesses dos
consumidores.

Mas o pior é que não podemos contar com os meios de informações que
sistematicamente informam o que interesses maiores julgam mais oportuno A
canola, podemos ter certeza, é uma fração pequena do mundo obscuro do
capitalismo científico, que pesquisa fontes de enriquecimento muito mais
entusiasticamente do que as verdadeiras fontes de saúde, vida e paz!

Obrigado por repassar.
Luiz Antônio Caldani
Engº Agrônomo

Extraído do site da Universidade Federal de Lavras - MG - (UFLA)
(O BOATEIRO REPETE A FONTE)

Nenhum comentário: