domingo, 10 de maio de 2009

O silêncio dos culpados

“O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem caráter, nem dos sem moral. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons".

Martin Luther King

O barulho vem de onde? até que horas vão as festas, as baladas debaixo de nossas janelas? quem se diverte não dorme? e quem não dorme o que faz para trabalhar no dia seguinte? e o que faz os pais acharem que o melhor lugar para seus filhos é na rua, onde não podem incomodá-los mas onde acabam incomodando terceiros?

Sugiro romper o silêncio, fazer barulho de dentro pra fora, ou seja, reclamar de quem nos perturba e não engolir como os jornalistas de botequim propõem em suas colunas de jornal sem assunto. Por que não falam de violência, não dão ideias para enfrentarmos problemas sociais, não sugerem alternativas para o crime, o vício? Por que insistem em criticar os bons, quando estes ousam admitir que estão incomodados com a baderna na vizinhança?

E os jovens (as a matter of fact, também sou jovem, gosto de beber, me divertir com amigos, celebrar a vida), além do barulho, fazem muita sujeira. Vejam o cenário no dia seguinte: garrafas, latas, embalagens de comida, papeis, até camisinhas (pelo menos alguns se protegem...). Não conhecem lixeiras e nem se dignam recolher a sujeira que fazem.

O governo peca em não investir em campanhas educacionais para promover os bons modos, a limpeza das ruas. A falta de educação é generalizada, não é privilégio de uma ou outra classe social. Tudo isso é sinônimo de egoísmo, vê-se apenas o próprio umbigo, a própria satisfação, o agora, o fácil, o menos trabalhoso, o mais transgressor, o "foda-se".

Preocupa-me ver os bons resignados ou indiferentes, ver a exceção da podridão e da selvageria virarem regra. O silêncio, nesse caso, implica em concordância e beira a cumplicidade.

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