terça-feira, 12 de outubro de 2010

Todos devotos...

Rumo ao segundo turno das eleições, em pleno dia de N. Sra. de Aparecida, os candidatos "finalistas" aproveitam a data e vão à missa, declarando-se devotos da Santa (pelo menos foi o que a Dilma fez) e tentam assim conquistar mais fiéis, quer dizer, eleitores.

Religião e política se confundem. Assim como religião e Estado. Essa confusão demonstra a falta de rigor da administração pública, que se deixa influenciar por grupos que deveriam apenas cuidar de sua espiritualidade, sem interferir em leis. Uma administração pública que, na verdade, aproveita-se dessa confusão e a usa a seu favor. Correntes evangélicas e católicas interferem na legislatura e trazem a reboque milhões de votos.

Falta seriedade e amadurecimento ao se analisar e ao se participar das decisões públicas. Almas perdidas justificam suas ações, balizando-se pelo que pregam seus pastores. E pastores interferem em decisões que, por princípio, não lhe caberiam.

No Brasil, não há Estado laico, simplesmente porque a maioria não é composta por eleitores, mas por fiéis, cordeirinhos, gente ingênua e a quem falta, em geral, esclarecimento.

Eis mais uma forma de manipulação consentida. Amém.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Breaking bad - AXN - um absurdo

15h40 - zapeando pela TV a cabo, encontro uma cena de um jovem se drogando. Era droga pesada, injetável. Não acho isso normal nesse horário. Um absurdo. Trata-se da série Breaking Bad da AXN. Por que não passam isso à noite, em horário em que não tem criança em casa zapeando sem supervisão?

E acontece o mesmo com cenas de sexo. O conteúdo diurno da TV a cabo é ao menos questionável.

Ninguém acha isso errado? Não há nada que possa ser feito? A quem recorrer? Nosso país cada dia mais se firma como uma terra de ninguém.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Queria que meu país fosse administrado por gente inteligente

2010 - Computadores vêm com leitores de Blue-Ray, gravadores de DVD.

O site da Caixa pede que se gere um disquete para validar a matrícula no Conectividade Social. Isso mesmo, um disquete.

Não pode ser um país sério...

Conectividade Social, mais um nome bonito para um programa que deveria facilitar a vida de empregadores, para dar melhores condições de trabalho a seus empregados.

Vou insistir e conseguir aderir ao tal programa, em respeito a minha empregada. Mas o governo não está nem aí para respeitar quem quer que seja.

A máxima de que cada povo tem o que merece não me sai da cabeça em tempos de eleição. Fico horrorizada com o que vejo diariamente de ignorância em pessoas mais humildes. É triste e inacreditável. Gente que nem sonha que está sendo ludibriada mandato após mandato, comprada por programa disso, bolsa daquilo.

Instrução é instrumento de evolução, de cidadania, de democracia. Pergunte aos governos recentes por quê não investiram mais em educação.

Nenhum governo que tem por objetivo implícito manter a ignorância e a subserviência do povo me convence.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Igreja dá novo tiro no pé

A Igreja católica não para de cometer gafes. Não bastasse acobertar durante anos seus padres pedófilos - com a conivência daquele que hoje responde pelo maior cargo da instituição -, seus membros vira-e-mexe dão declarações equivocadas como a feita pelo número dois do Vaticano, Tarciso Bertone, ao associar pedofilia a homossexualismo.

Pesquisas mostram que a maior ocorrência de casos de pedofilia é entre heterossexuais. Segundo o psiquiatra Álvaro Carvalho, «as pessoas com tendências pedófilas têm tendência a procurar profissões em que há uma aproximação mais provável ou segura de crianças» e, por isso, nas estatísticas internacionais, os sacerdotes em geral estarem entre os grupos com mais pessoas deste tipo.

Se a Igreja católica e as demais igrejas quiserem conquistar mais fiéis, é hora de pararem de rotular as pessoas e começarem a dar bom exemplo.

Toda vez que vou a um casamento, fico pensando como pessoas sem experiência de vida conjugal podem dar conselhos matrimoniais. Não sei como pessoas com algum estudo e percepção aceitam ouvir sermões e argumentos sem sentido, sem discuti-los.

E o mundo vai se destruindo, guiado por sermões ao menos questionáveis: de religiões que pregam o separatismo: "aqueles não são dignos"; que pregam o genocídio: "matem aqueles que representam o diabo"; que pregam o suicídio: "morram para matar o diabo"; que pregam a ganância: "doem seu salário em agradecimento pela benção e para ganhar mais e mais"; que pregam em benefício próprio: "orem, que o livraremos do pecado, em troca, deixem aqui o seu dízimo"; que pregam a ignorância: "a ciência está errada, não usem pílulas, nem camisinhas"; e que pregam a conivência, a complacência e a safadeza: "nossos irmãos pedófilos não sabem o que fazem. Vamos fingir que os afastamos, trocando-os de paróquia".

Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids

Já ouviu falar da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids - Abiaids?

Outro dia ouvi no rádio uma chamada de uma campanha para debater a doença e formas de combatê-la. Achei interessante e acho extremamente importante conscientizar a população, tentando amenizar o desserviço prestado pela Igreja.

Um detalhe me chamou a atenção: falavam em mulheres, gays e portadores da Aids como o público-alvo da campanha, excluindo da discussão um grupo que deveria ser intimado a fazer parte do movimento: homens heterossexuais puladores de cerca!

Não entrarei na discussão sobre a heterossexualidade de alguns deles, que na verdade praticam a bissexualidade e não admitem isso.

O grave, aqui, é não falar da triste realidade de homens casados que estão se contaminando, disseminando a doença e a transmitindo para as próprias esposas.

Devemos combater a cultura do "com camisinha é como chupar bala com papel". Isso é questão de educação e de responsabilidade para com a vida de terceiros. Os que não se cuidam estão colocando a vida de outras pessoas em risco. Os direitos individuais esbarram numa questão de saúde pública.

É hora de falar a verdade e de educar todos desde a infância. Educação sexual já!

Aproveito para felicitar o Ministério da Saúde pelas iniciativas de conscientização da população para a importância do uso da camisinha.

Revista Veja ou atendimento Editora Abril

Estou impressionada com a péssima qualidade do atendimento da Editora Abril

Fui assinante da Revista Veja por muitos anos. Na época de renovar, sempre mandam aqueles encartes com promoções fantásticas e, junto, um boleto para o pagamento da primeira parcela da assinatura anual. Acontece que sempre optei pela assinatura de 2 anos mas ali não nos dão essa opção.

Então vou até o site, com o código da promoção em mãos. Nunca funciona!!! "Tente mais tarde", informa a tela de erro no sistema.

Então deixo pra lá e fatalmente, dias depois, telefona-me uma atendente do call center, oferecendo para renovar a assinatura pelo cartão de crédito ou pelo débito em conta. Se você opta pelo cartão de crédito, insistem para que você pague pelo débito, cuja taxa deve ser mais baixa para a editora.

Aceito a ajuda da atendente e nada acontece. A assinatura não é renovada e começam a me bombardear com folhetos promocionais, com o tom cada vez mais intimidador: "esta é sua última chance".

Emputeci-me e desisti da revista quando comecei a receber e-mails insistentes, dizendo que "não constava registro de pagamento da renovação de minha assinatura". Não foi por falta de vontade minha! Primeiro tentei por cartão, depois por débito e nada deu certo.

Passada a raiva, meses depois começa a irresistível campanha da camiseta amarela para torcer pelo Brasil na Copa. O preço da assinatura está bom. Volto ao site, com o folheto da promoção da camiseta em mãos, digito os dados e o código da promoção e... pimba! "Tente mais tarde".

Editora Abril, invista em seu sistema de atendimento automático e pare de nos chatear (nós, assinantes) com o assédio de e-mails, telefonemas em horários impróprios em que estamos descansando, e folhetos que enchem nossas caixas de correio.

Ao invés de gastar dinheiro e oferecer mil presentes para novos assinantes, deveriam investir em manter seus clientes satisfeitos.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Médico sem vocação

Era uma vez um centro de saúde da Ceilândia (DF), onde médicos atendem com má vontade, tratando os pacientes com frases como "eu mereço".

Minha passadeira, amiga antiga da família, é diabética. Aprendeu a controlar suas taxas com aquele aparelho que fura o dedo. Como qualquer pessoa depois dos 40 anos, precisa fazer exames periódicos.

Com um check-up agendado há meses, resolveu aproveitar que seria examinada para já levar um raio-x da face, a fim de tratar dores que faziam supor tratar-se de rinite alérgica ou sinusite aguda. Decidiu, então, pagar para fazer um raio-x numa clínica particular para levar para o médico do posto de saúde. Para sua infelicidade, a clínica onde fez a radiografia não lhe deu um laudo. Ao chegar no centro de saúde, o médico - clínico geral - ficou irritado, dizendo que não era radiologista, que não tinha a obrigação de olhar aquilo.

Os médicos sem vocação que passam nos concursos da rede pública de saúde deveriam ter aulas de ética e de educação para aprenderem a lidar com pessoas. De repente deveriam ter sido químicos, para não terem que lidar com o público.

Lógico que se aproveitam da condição desfavorecida e humilde do público para soltar todo tipo de pérola, demonstrando de tosca grosseria a primária falta de profissionalismo.

São os desassistidos que recorrem à rede pública que "não merecem" ser tratados feito bichos. Sem alternativa, são obrigados a serem atendidos por médicos infelizes.

Fila dupla nas comerciais de Brasília: motoristas irresponsáveis

Sou a favor da fila dupla responsável. A pessoa que para atrás de outros carros, trancando-os, nos pequenos estacionamentos das comerciais de Brasília, deve ter no mínimo a decência de estar a postos para deslocar o carro quando necessário ou, melhor, deve permanecer no volante enquanto uma segunda pessoa vai às compras.

O batalhão de trânsito de Brasília agora vigia as comerciais para evitar a fila dupla sobretudo nos horários de muito trânsito (12h e 18h). Nesses horários é impossível parar nessas ruas, ocupadas na grande maioria pelos carros dos próprios lojistas. Não se pode nem mesmo levar a vovozinha pra fazer compras, deixá-la na porta da loja e esperar que volte. Logo alguém te expulsa dali e te obriga a ficar dando voltas na quadra, arriscando deixar a vovozinha esperando no meio da rua e, pior, carregando algum pacote. Quem se importa com a vovozinha, afinal de contas!

Adoro ir às compras no sábado, quando os policiais estão de folga, provavelmente também fazendo compras - alguns deles também com suas vovozinhas. Nesse dia podemos parar sem ser punidos pela falta de planejamento dos nobres urbanistas de Brasília, que não pensavam que um dia haveria tantos carros no mundo. Aliás, conheço um ou outro arquiteto discípulo de Lúcio Costa, que nem carro tem, portanto, não está sofrendo deste mal do século XXI. Sortudo!

Enfim, nos últimos dias fui vítima de dois motoristas irresponsáveis. O primeiro foi num sábado à tarde. A rua estava super tranquila e quando fui pegar meu carro, estacionado em uma das vagas, não consegui sair por causa de um corsa sedan com crucifixo pendurado no espelho retrovisor. Educadamente, entrei nas quatro lojas em frente ao local e perguntei pelo motorista do carro. Nada. Olhei em volta, não havia ninguém com cara de dono de corsa sedan com crucifixo pendurado no retrovisor. Decidi então dar uma buzinadinha. Nada. Mais outra buzinadinha. Nada. Fui ficando chateada. Dei uma buzinada mais longa desta vez. Nada. Sentei a mão na buzina! Nada. Apenas os olhares constrangidos dos lojistas a quem passei a incomodar. Os que me viram à caça do motorista minutos antes se solidarizavam comigo, reprovavam a conduta da pessoa que deixara o carro na fila dupla. O sol torrava os miolos e nada do sujeito aparecer. Resolvi então esperar, imaginando que guincharia ou multaria o carro se tivesse como. Sábado à tarde não tem guincho nem multa, resignei-me. Cerca de 10 minutos depois, eis que surge uma jovenzinha com sacolas pedindo desculpa: "me desculpa, moça, eu esqueci que tinha deixado carro aí! me desculpa!", repetia. "Desculpa?! eu já tava quase quebrando o vidro do teu carro! Irresponsável!", retruquei fula da vida.

Dois dias depois, em plena segunda-feira, beirando 19h, dei duas voltas numa comercial em busca de uma vaga. Estacionei e fiz compras em três lojas. Ao voltar, com comidas quentinhas pra levar pra casa, encontrei, trancando o meu carro, um gol com um adesivo com a inscrição www.agacielmaia.com - diretor-geral do Senado por anos, autor de diversos livros e artigos. Aquele das Tardes Molhadas noticiadas pela revista Época, que mantinha uma sala secreta no Senado, onde foram encontradas revistas masculinas e KY... e do cofre que diziam ter dinheiro suficiente pra manter os estoques de panetones de todos os amigos...

Pois bem, fiquei trancada pelo tal gol, buzinei inúmeras vezes, liguei os faróis, a luz de ré. Tudo em vão. O dono do carro nem se deu ao trabalho de vir tirar o carro. Olhei pelo retrovisor e constatei que entre o gol e um carro parado atrás dele havia um pequeno espaço. Depois de várias manobras, consegui sair quase tirando tinta do gol. Nem acreditei que meu carro passaria ali, mas já estava disposta a empurrar o gol pro meio da rua, se preciso fosse.

Ocorre-me que é preciso começar a temer e combater motoristas como a moça das sacolas ou o amigo do Agaciel, que demonstram completa falta de educação e de respeito aos outros. Considero egoísmo sair passeando pela quadra e largar o carro de qualquer jeito, sem nem cogitar que vai incomodar outras pessoas. Como infelizmente a cultura da falta de educação parece cada vez mais arraigada no Distrito Federal, na falta do Batalhão de Trânsito, fila dupla irresponsável deveria ser punida com vidro quebrado e pneus esvaziados. No mínimo. Falta de educação gera violência!

Moral da história: Diga-me com quem andas, e como estacionas teu carro, e direi quem tu és.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Mulher X oficina - meu último Volkswagen

Capítulo 1

Se você é mulher, já deve saber que mulher não é muito levada a sério em oficina em geral - e na assistência técnica de concessionárias também não.

Há mais ou menos um mês, cheguei na assistência com a reclamação de que meu carro (novo, 7 mil km) estava fazendo um barulho que não era normal. O gerente e um consultor sênior foram dar uma volta comigo para identificar o barulho.

A concessionária fica no aeroporto, onde, além do barulho dos aviões e do tráfego intenso, ainda há o agravante de que o asfalto é poroso. Resultado: diagnosticaram um barulho normal de trepidação do câmbio. O consultor chegou a sentenciar que hoje em dia, como os carros saem de fábrica cada vez mais "pelados", o barulho deveria ser em decorrência da falta de isolamento acústico.

Não fiquei convencida pois já tive diversos carros, inclusive um idêntico àquele, com o mesmo motor, que nunca havia dado problema. Fui pra casa insatisfeita e me sentindo "a mulher burra que não sabe nada de carro".

Capítulo 2

Em mais um mês rodando com o veículo, me chateando diariamente com o barulho semelhante a estar andando de marcha-ré, não aguentei e voltei na concessionária, desta vez com horário agendado na oficina.

Cheguei disposta a largar o carro lá, com o celular no modo gravador de voz, dizendo: "Para a minha segurança, igual em central de atendimento, esta conversa está sendo gravada. Não tenho pressa, podem ficar com meu carro o tempo que precisarem, podem dirigi-lo, levá-lo pra casa, enfim, descubram o que há de errado. O barulho não é normal. Deixei de pegar a estrada duas vezes por não confiar no carro. De que adianta ter um carro novo se não se confia no carro? Infelizmente sou refém de financiamento. Se me pagassem o que já gastei com as prestações dele, sairia daqui feliz da vida, sem ele. Não estou nada satisfeita."

O consultor não entendeu eu estar levando o carro lá fora do prazo de revisão. Expliquei que queria uma avaliação técnica, que um mecânico avaliasse freio, embreagem, câmbio e, por fim, se não achasse nada, olhasse o motor. Eu achava que não pudesse ser suspensão pois o barulho já começava logo depois de dar a partida no motor. Nada o convencia a dar entrada no veículo. Fomos dar a fatídica voltinha, acompanhados do gerente que me atendera na primeira vez.

O gerente, ao volante, saiu do estacionamento conduzindo de maneira macia, nada tremia, nada fazia barulho, o carro nem parecia estar andando. "O senhor me deixa dirigir?", indaguei-o. "Claro", concordou, parando o carro. Tomei o volante e saí pelo pátio esticando as marchas como faço no dia a dia, freiando, fazendo curvas mais rápidas, colocando o pé na embreagem em movimento, para mostrar-lhes todas as situações em que o barulho se fazia notar. Penso que os dois ficaram tensos com a velocidade na qual conduzi o veículo no pátio interno da concessionária. Ao som do enjoado barulho, perguntei-lhes: "ESTE barulho é normal? é normal? Porque se for normal, se vocês me disserem que é normal, tudo bem. Só que eu quero isso por escrito, num laudo, pois se acontece algo comigo, ou se uma peça qualquer sofrer desgaste em decorrência do problema, eu terei como provar que estive aqui reclamando".

Depois de algumas voltas "aceleradinhas", o gerente disse para voltarmos para a oficina. Ao pararmos, ele determinou que dessem finalmente entrada no carro. Falou algo no ouvido do consultor sênior que me atendera na primeira vez e que não participou desta segunda voltinha. O consultor sênior dirigiu-se a mim, dizendo: "parece que o barulho aumentou... eu acho que eu tenho esse rolamento aqui. Não se preocupe, nós vamos arrumar direitinho o seu carro".

Custava avaliar o problema na oficina, desde a primeira queixa?

Hoje ligaram dizendo que a peça teve que ser encomendada. Não há previsão de quando o carro estará pronto.

Queridas amigas, não recomendo Volkswagen para ninguém. Comprem Honda! Meus amigos homens também devem concordar que Honda é mais carro.

Capítulo 3 - conclusão

Depois de uma semana a pé, voltei para buscar o carro. Estava sem o barulho. Mas com diversas avarias na lataria. Resultado: tive que reclamar e exigir que consertassem. Não deixei o carro imediatamente visto que era sexta e não queria mais deixar o carro durante fins de semana. Agendei para levá-lo na semana seguinte.

O saldo de tudo isso é negativo. Nunca mais volto nesta concessionária nem recomendo pra ninguém. Soube que conhecidos também tiveram problemas com eles: estofamento manchado, carro amassado, enfim, estão ficando conhecidos pela falta de cuidado com os carros e pela falta de respeito com os clientes.

Não entendo realmente como uma concessionária assim pode sobreviver e manter-se como uma das mais tradicionais da cidade. Lamentável.

Cansada de uma série de problemas que tive com um carro novo - o ruído apareceu com 7000 km, concluo que Volkswagen é bonitinho, macio, gostoso de dirigir, mas não é tão barato como dizem (de tão frágil que é), e nem tão carro quanto Honda.

Assim que terminar de pagar este meu último Volkswagen, certamente vou voltar pra Honda.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Os sem-direitos

A Lei 4.132/DF, de 2 de maio de 2008 dispõe sobre a obrigatoriedade da apresentação de documento de identidade no ato das operações com cartão de crédito e de débito em conta. Em outras palavras, a lei obriga o estabelecimento comercial a exigir e o cliente a apresentar a carteira de identidade nas compras com cartão de crédito ou débito.

Uma placa num posto de abastecimento me chamou a atenção outro dia: “Não estamos aceitando Mastercard”. Perguntei ao frentista por quê e ele explicou que estavam clonando muito os cartões daquela bandeira.

Ora, se há uma lei que exige a apresentação de identificação, por que ela não é cumprida? A justificativa da lei é a segurança do estabelecimento, do cliente e da empresa de cartões. Se alguém não está concordando em cumprir a lei, esse alguém deve ser punido.

Alguém por favor me explique a lógica da decisão de simplesmente parar de aceitar um cartão de crédito. Já pararam de aceitar cheques. Daqui a pouco só aceitarão dinheiro. Daí eu é que não vou aceitar, pois só faço compras com cartão de débito ou crédito.

A propósito, isso me faz pensar nos flanelinhas e mendigos que, cansados da desculpa do “só estou com cartão”, daqui a algum tempo certamente darão um jeito de ter máquinas de débito. Duvida?

Daí, depois dos sem-terra, dos sem-teto, surgirá o movimento dos sem-máquina. E nós, pagadores de impostos, vítimas em potencial dos aproveitadores sem-vontade de trabalhar, teremos que iniciar o movimento dos sem-direitos.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Entre panetones e beijos

Com o escândalo dos panetones, o que me intriga é que sempre nos limitamos a nos indignar com os escândalos mais recentes. E se o esquema não vem à tona, sem a ajuda de câmeras escondidas, fingimos que nada de errado está acontecendo. Exemplo disso são os absurdos ocorridos na era Ror...
E se ele voltar? Aquele que rifou o Distrito Federal, num populismo cara-de-pau que distribuiu terras sem dar a mínima infra-estrutura de saneamento, sem criar empregos, sem investir em serviços públicos, superfaturando cada viaduto e comprando votos com tijolos e camisetas.
Epa, será que descrevi toda uma classe de homens públicos? Não, falava apenas de um cujos lucros só ajudo a aumentar, comprando seus laticínios, por pura falta de opção...
Volto aos panetones - aliás, não comi nenhum este ano, por estar de dieta... claro que, na dúvida, armazenei uma unidade para quando puder provar. Mas me comprometi a combater excessos: convidarei pessoas para comer o panetone comigo.
Entre panetones e beijos, o cidadão comum vive um caso de amor com a política, mas no papel de mulher traída. Em nosso país, infelizmente não existe educação política para conscientizar o povo do jogo existente por trás dos panetones e meias recheadas.
Infelizmente o que dita as regras do jogo são os acordos tácitos, as coalizões, as trocas de favores, os favorecimentos e imunidades proporcionados pela vida pública.
Homens públicos, que realmente pensam no coletivo, são poucos e são rechaçados e perseguidos pela maioria.
Se estiver pensando em iniciar nova carreira ou abrir um negócio, fica um conselho: abra uma fábrica de panetones ou de informática. Resista à tentação de entrar para a política. Apesar dos ganhos certos, o preço que se paga é muito alto e os valores éticos são no mínimo questionáveis.