quinta-feira, 11 de março de 2010

Médico sem vocação

Era uma vez um centro de saúde da Ceilândia (DF), onde médicos atendem com má vontade, tratando os pacientes com frases como "eu mereço".

Minha passadeira, amiga antiga da família, é diabética. Aprendeu a controlar suas taxas com aquele aparelho que fura o dedo. Como qualquer pessoa depois dos 40 anos, precisa fazer exames periódicos.

Com um check-up agendado há meses, resolveu aproveitar que seria examinada para já levar um raio-x da face, a fim de tratar dores que faziam supor tratar-se de rinite alérgica ou sinusite aguda. Decidiu, então, pagar para fazer um raio-x numa clínica particular para levar para o médico do posto de saúde. Para sua infelicidade, a clínica onde fez a radiografia não lhe deu um laudo. Ao chegar no centro de saúde, o médico - clínico geral - ficou irritado, dizendo que não era radiologista, que não tinha a obrigação de olhar aquilo.

Os médicos sem vocação que passam nos concursos da rede pública de saúde deveriam ter aulas de ética e de educação para aprenderem a lidar com pessoas. De repente deveriam ter sido químicos, para não terem que lidar com o público.

Lógico que se aproveitam da condição desfavorecida e humilde do público para soltar todo tipo de pérola, demonstrando de tosca grosseria a primária falta de profissionalismo.

São os desassistidos que recorrem à rede pública que "não merecem" ser tratados feito bichos. Sem alternativa, são obrigados a serem atendidos por médicos infelizes.

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